sábado, 26 de fevereiro de 2011

Estórias



Encontro-a por acaso na rua depois de algum tempo sem a ver no salão. A Marlene está gira como sempre: usa roupa curta e apertada dos últimos saldos das lojas de roupa para massas do shopping e está maquilhada demais para o meu gosto. Mas muito ela, toda equilibrada em cima dos seus 21 anos, amparada ainda assim no braço do namorado, não vá um salto deixá-la mal.

Sorri quando me vê e pára para cumprimentar. Não posso deixar de reparar que tem a blusa molhada, uma gotinha no peito. Comento isso.

- Ah!! Que chatice! Estes coisos não prestam, tanto faz pô-los como não. Mas prontos. Olhe, doutora, temos de ir, estamos com pressa.

Percebi depois quando fui arranjar o cabelo.

A rapariga era o tema de conversa preferido e o principal alvo da pena e espanto do mulherio. Ia visitar os dois gémeos que tinha tido há 15 dias atrás e estavam numa incubadora por terem nascido antes do tempo.

Lembrei-me das conversas dela acerca dos reality shows e telenovelas na tv, das saídas à noite e dos mexericos do cabeleireiro e pensei: “será que nas revistas que ela lia aprendeu alguma coisa sobre bebés?” Mas ela só lia os títulos e algum parágrafo mais gordo, de resto o que a seduzia mesmo eram as imagens, as roupas, os penteados e a elegância ou falta dela...

2 comentários:

  1. Embora com semelhanças com a realidade, porque me inspiro em factos reais, o que escrevo aqui é ficção. O narrador não se pode confundir com o autor.

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  2. Dani, podias investir numa carreira de escritora! Gosto muito dos textos, parecem extratos de livros e dá vontade de ler mais!
    Parabéns

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