Impecavelmente bem vestido, com
um fato de fazenda apropriado para o tempo frio, aparenta ter uns 80 anos. É
moreno, encorpado e tem olhos esbugalhados com umas olheiras tão profundas que parece já
ter sido ali o sítio dos olhos agora empurrados para cima. A cara larga suporta
ainda uma boca em forma de curva descendente, relaxada.
Sento-me à sua frente no metro e
não fico indiferente ao ramosque leva na mão com a mesma naturalidade com que
seguraria uma bengala ou um guarda-chuva.
São duas orquídeas em tons
neutros, atadas uma à outra por uma linha branca de costura.
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