sábado, 30 de março de 2013

4.ª Etapa CPIS


Acordámos cedo, com sono, mas determinados. Calçámos as nossas sapatilhas húmidas e metemo-nos ao caminho, voltando a atravessar a cidade de Chaves em direção ao castelo. Chovia incessantemente e não tardou muito até voltarmos a ficar com os pés molhados. As nossas capas da chuva agora não assustavam ninguém porque não havia vivalma àquela hora em que o dia ainda amanhecia.
Saindo do perímetro urbano, fomos seguindo por estradas municipais, cruzando várias aldeias cheias de história. Impressionou-nos a harmonia do Outeiro Seco.
Depois subimos rente à Escola Superior de Enfermagem e mais a cima pelo meio do Parque Industrial. Já havia terras de Espanha à vista, mas para as alcançarmos precisámos de atravessar várias aldeias: Vila Meã, Vilarinho da Raia e depois Vilarelho da Raia. Nesta aldeia vimos um marco com um P esculpido, imaginei que se tratava de um marco da fronteira e decidi espreitar o outro lado da pedra para confirmar se tinha um E. Fartámo-nos de rir quando no exato momento em que dei um passo em frente recebi uma mensagem no telemóvel de uma operadora a informar-me sobre as tarifas em Espanha.
Afinal não passámos em Vila Verde da Raia, como nos tinha dito o dono da pensão. Estávamos já mais a Norte e não tardou a avistarmos ao longe a cidade de Verin, destino daquela etapa.
A chuva naquele dia foi implacável, não nos deu tréguas e foi a nossa fiel companheira.
Circundávamos o Tâmega quando cruzámos a primeira aldeia espanhola, Rabal, e partir dali até Verin havíamos de seguir sempre o seu curso.
Apesar de as indicações que nos deram na pensão não estarem a bater certo, o cansaço apertava e optámos por ir pela estrada em vez de seguir o caminho, no intuito de pouparmos alguns quilómetros, como nos tinham aconselhado.
Os 10 km que se seguiram foram muito difíceis, sempre ao lado da estrada, por onde passavam carros e camiões a alta velocidade, molhando-nos ainda mais e desesperando-nos com o seu barulho.
De repente, ouvimos música. Olhámos e vimos um daqueles carros que não precisam de carta de condução, os chamados “papa-reformas”. Apesar de irmos numa reta, o carro ia aos esses e mais à frente acreditámos que se ia despistar, pois ia completamente pela berma. Se fosse na nossa mão ter-nos-ia apanhado. Cruzou-se com um camião e desviou-se ainda mais. Deixámos de o ver na curva que se seguiu, mas estávamos assustados.
Mais alguns quilómetros, muita chuva e algumas dores à frente, passámos por baixo da autoestrada das Rias Baixas que segue até Vigo. Estávamos à entrada de Verin. Agradecemos quando o vimos o carro do Pedro, a nossa boleia até Vila Real. E assim terminámos a 4.ª etapa.
As 2 seguintes vão ser saltadas. Queremos fazê-las daqui a uns meses. Para já, esperam-nos 5 dias seguidos, de Allariz a Santiago, já na chamada “Via de la Plata”.

Sem comentários:

Enviar um comentário