Ainda assim, envolvia-nos uma
sensação mística por sabermos que estávamos a fazer o mesmo caminho que reis e
rainhas e tantos homens velhos tinham percorrido antes de nós.
Cruzámos poucas aldeias e em nenhuma
delas víamos gente, em compensação os cães abundavam. Felizmente, encontrámos
uma senhora que conduzia uma parelha de vacas e nos deu algumas indicações.
Segundo ela, estávamos a meia hora de Castro Donzon.
Apesar de tanta água, o caminho
cheirava mal e a lama que pisávamos misturava-se com estrume dos animais.
Depois chegámos à estrada nacional e
os últimos quilómetros foram feitos ao som dos camiões e a receber os jatos de
água que os carros projetavam. Em Castro Donzon, completamente encharcados,
decidimos procurar guarida no albergue e quando o grupo se reuniu decidimos
ficar por ali, apesar de termos pensado seguir nesse dia até Laxe.
Para compensar tanta água, os nossos queridos amigos que estavam de carro chegaram com um almoço fantástico comprado no supermercado. Convivemos alegremente e depois maior parte do grupo deitou-se a descansar. Outros foram tomar café e fazer mais compras. Encontrámos outros peregrinos conhecidos, nomeadamente o grupo de sevilhanos, molhados até ao tutano. Afinal, eram mesmo caminhantes como nós. O albergue estava a abarrotar de gente e todos os radiadores estavam repletos de roupa e botas a secar.
Nós tivemos muito tempo para conviver, brincar, conversar e estreitar laços.
Nota: Fotos de Pedro Costa
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