sábado, 30 de março de 2013

3.ª Etapa CPIS


Eu, o Vitor e a Andreia chegámos a Vidago perto das 11h de Sábado, dia 9 de Março. Decidimos começar exatamente no ponto onde tínhamos terminado a última etapa e, apesar de não encontrarmos qualquer seta amarela, fomos seguindo na direção que nos
parecia a correta, próximo da antiga linha de comboio, na esperança de encontrarmos o rumo em breve.
Passámos numa lavandaria e perguntámos indicações para o caminho, não sabiam, mas deram-nos o nome do dono de um restaurante em Chaves que já tinha feito o caminho e nos poderia dar algumas indicações quando lá chegássemos. Aproveitámos para pedir carimbos para as nossas credenciais.
Continuámos pela estrada e depois descemos para um caminho naquela que nos pareceu a direção de Chaves, mas esse caminho levou-nos para uma propriedade privada. Definitivamente, estávamos enganados e não tivemos outro remédio a não ser voltar para trás à procura das setas amarelas. E só no centro de Vidago conseguimos ajuda de um bombeiro que nos disse que o caminho seguia precisamente na direção contrária àquela que tínhamos seguido. Saímos da vila e fomos seguindo por Candal em direção à serra.
Os quilómetros seguintes foram sempre a subir, com alguns chuviscos, mas nada de especial comparado com as previsões para esse dia. A subida aqueceu-nos e só parou em S. Pedro de Agostém, a partir dali o caminho seria a descer até chegarmos a Chaves. Já quase à chegada, fomos surpreendidos por uma forte carga de água. Aproveitámos o abrigo à entrada de uma fábrica para comermos a comida que levávamos para o almoço.
Os últimos quilómetros foram percorridos ao longo da Estrada Nacional já no perímetro urbano. Depois seguimos por um parque que nos levou até ao rio. Envergávamos as nossas capas de chuva e causávamos estranheza a quem connosco se cruzava. Quando nos preparávamos para atravessar a ponte romana sobre o rio Tâmega, a chuva era tão forte que nos obrigou a esperar junto à soleira de uma loja. Cruzámo-nos depois com um indivíduo que nos perscrutou com muita atenção. Mais à frente, perguntámos onde ficava a Pensão Flávia, equiparada a albergue de peregrinos -onde iríamos dormir nessa noite. Estávamos perto, mas quando chegámos, ansiosos por vestir e calçar alguma coisa seca, deparámo-nos com as suas portas fechadas. Ficámos a saber que só reabria às 17h (eram 15h) e que tínhamos primeiro de ir aos bombeiros carimbar a nossa credencial de peregrino. Fizemos o caminho inverso, atravessando novamente a ponte romana e voltando a cruzar-nos aí com o mesmo indivíduo que agora nos pediu dinheiro.
Como faltava muito tempo para abrir a pensão decidimos ir procurar o restaurante que nos tinham indicado em Vidago para trocar algumas impressões com o seu dono e tomar café, enquanto esperávamos num sítio quentinho. Percorremos toda a zona das Caldas, consoante nos tinham dito, mas não encontrámos o local. Continuámos a deambular pela cidade, só parando na igreja matriz e no castelo, onde nos deliciámos com as vistas. Depois andámos pelas ruas principais, vimos lojas e acercámo-nos da rua da pensão, percebendo que existiam ali muitos bares e discotecas. A noite prometia.
Esperámos nas escadas de um prédio em frente até aparecer o dono da pensão e nos receber. Instalámo-nos confortavelmente e descansámos. Depois fizemos serventia da cozinha e comemos mais comida que tínhamos levado. Como era cedo, descemos até ao café da pensão e jogámos dominó. O dono veio ter connosco e deu-nos algumas indicações para o caminho do dia seguinte, uma vez que já tinha feito o Caminho de Santiago várias vezes de bicicleta e a pé.
Deitámo-nos e adormecemos cedo, mas várias vezes durante a noite fomos acordados com gritaria que vinha da rua e do quarto ao lado, onde um grupo de jovens continuava a festa que tinha terminado nos estabelecimentos de diversão noturna.

Sem comentários:

Enviar um comentário